8 de out. de 2007

De volta

Então como disse John Lenon, o sonho acabou e estou de volta a rotina.

Mas foram dias memoráveis, não há dúvidas. Não vou me ater contando detalhes, pois passar uma semana numa remota aldeia do litoral baiano pode parecer uma coisa muito monótona, porém não é.

É uma aventura cheia de emoções que nos toca a alma e nos enche de novos conhecimentos como por exemplo, aprender a duras penas que existem diversas formas de se evacuar após a ingestão de uma grande variedade de frutos do mar regados a dezenas de litros de cerveja.


Você volta para a pousada com a cabeça leve e o estômago pesado, crente que vai dar aquela dormida tão merecida ouvindo os pássaros ao fundo embalando seu sono até que começa a ouvir sons borbulhantes que ave alguma conseguiria emitir a não ser que estivesse se afogando e se dá conta que seu intestino não está resistindo aos abusos. Tenta fingir que não é nada e acaba por passar uma noite de rei , sentado ao trono, defecando de maneiras nunca antes imaginadas, sendo a mais curiosa a em spray.

No outro dia nada melhor do que uma boa àgua de coco e , claro, bastante cerveja para recuperar. Tirei até essa foto para me lembrar de nunca mais subjugar ostras e camarões, por menor que eles sejam e por via das dúvidas lagostas também, podem ser caras e grandes, mas nunca se sabe o que podem fazer a nossa flora intestinal.

Outra imersão cultural foi minha visita a uma aldeia indígena. Fui obrigado pela Srª Sôbesta a deixar um animado papo furado a beira mar e me embrenhar 20KM de carro mata adentro até uma aldeia, cujo nome não me lembro, para que ela pudesse comprar artesanato silvícola, você sabe, colheres e bandejas de madeira.

Achei a tal aldeia muito parecida com uma favela melhorada e custei a me dar conta que aqueles camaradas de tênis Nike e short Adidas eram o que restava da população original brasileira. Só fui me dar conta quando vieram me cobrar um extra, que eles chamam orgulhosamente de caiambá, pelas fotos que acabei por não tirar.

Vi que a FUNAI mantém seu propósito de "defender as Comunidades Indígenas, de despertar o interesse da sociedade nacional pelos índios e suas causas, gerir o seu patrimônio e fiscalizar as suas terras, impedindo as ações predatórias de garimpeiros, posseiros, madeireiros e quaisquer outras que ocorram dentro de seus limites e que representem um risco à vida e à preservação desses povos. "

Isso fica visível nessa foto de duas placas (que não me cobraram nada para serem fotografadas) distante uns 10 metros uma da outra :


Os telefones do Sr Roberto foram propositalmente encobertos por mim, afinal trago em meus gens um pouco dessa gente que estava aqui antes das caravelas chegarem.


Caso alguém se interesse em adquirir um pequeno pedaço do paraíso, terei prazer em fornecer os números após receber meu caiambá a título de permeio imobiliário.

11 bestaram:

Fábio Mayer disse...

É o que eu chamaria de um programa de índio, até porque, até em reserva da FUNAI você foi se embrenhar!

De qualquer maneira, eu bem que gostaria de fazer algo assim... sem as intempéries intestinais, claro!

@David_Nobrega disse...

Ahhhh...então isso que significa "programa de indio"?

tunico disse...

Bom, meu caro amigo. Aprendeu da maneira mais dura que no litoral do Sul da Bahia, não se deve comer ostras nem camarões VG fora de temporada pois as ostras vêm de São Paluo ou Rio ou Espírito Santo e os camarões vêm de Valença. Eu sei disso pois morei na Bahia e há 15 anos frequento o "pedaço" todos os anos.Se eu soubesse que vc ia para lá, avisaria antes.Não iria passar a noite no troninho.E realmente você tem razão. Nada melhor que uma aguinha de coco para recuperar.

Abraços.

Unknown disse...

Jorge,

Seja bem vindo a dura e cruel vida
brasileira, hehe.

Saramar disse...

rssssssssssssssss....
Os excessos, ah! os excessos...
Lembrei-me de uma viagem em família a Porto Seguro. Quase tivemos que alugar um caminhão para trazer as tais colheres e bandejas. Que coisa louca!

Interessante a forma como a Funai "protege" os índios. Também, li em algum lugar que, neste órgão, há dez vezes mais funcionários administrativos que gente no meio do mato.

De qualquer, forma, você, com as baterias repostas, provavelmente mais magro depois desses excessos gastronômicos, virá com toda a energia para nos ajudar a desancar nossos representantes.

Bem vindo à realidade.

Luiz Lailo disse...

Oi, tudo bem? Estamos aí na batalha. Tua semana de férias parece semana de deputado. Como demorou...
Sou teu fâ no blogblogs, se é que você tem ido lá...

Patrick Gleber disse...

Jorge,

Convoco-o no meu blog a participar de um meme. É simples e não dá trabalho, segue as regras:

1- Pegue um livro que vc estiver lendo.

2-Abra na pág. 161

3-reproduza no seu blog a 5a. frase completa desta página para comentários.

4- Repasse a incumbênciapara mais 5 blogs.

Unknown disse...

Hahahahaha.... Quem come prego, sabe o fiofó que tem!

Uma vez voltando de Mucuri (também neste belo sul da terra de Caê e dona Canô) após um belo jantar na noite anterior com caranguejos "nativos" pude experimentar esta variante explosiva de necessidade fisiológica que vc denominou "spray"... Tive que parar no meio da estrada e procurar uma sombrinha escondida no meio de uma plantação de eucaliptos pra destampar a "panela de pressão". Dizem que até hoje a Bahia Sul Celulose não conseguiu explicar o crescimento extraodrinariamente anormal de um eucalipto no meio de sua plantação... Adubo especial, eu diria, hehehehe

Wellcome back, Well come Maguila!

Abração

Jorge Sobesta disse...

Pessoal,
parem de se preocupar com minhas cagadas e se liguem na denúncia envolvendo a FUNAI. Podem crer pois é verdadeira. Eu ainda tenho um ás na manga. Fotografei um tirano que foi executado, mas como Hitler, que se refugiou na Argentina, está aqui nas terras brasilis

Grande abraço à todos.

Ricardo Rayol disse...

Meu amigo realmente é uma besteira comer ostras na região, morei em Alcobaça e sei bem o que é esse esquema de venda de terras. Se não me engano alguns senadores da república tem vastas glebas pelas bandas de corumbau e corumuxatiba.

Unknown disse...

Como assim? Quem é o morto-vivo? Agora fiquei curioso...

Quando eu morava pros lados do Leste de Minas, havia umas duas comunidades indígenas que recebiam a "ajuda" financeira da Funai... Resultado: Gastavam tudo em cachaça, as crianças viviam morrendo de desnutrição, vinham pra cidade mendigar, e frequentemente chegava um índio no hospital todo retalhado por causa das brigas regadas a cachaça subsidiada pela Funai... Grande serviço prestado às populações indígenas!

Abraço!